terça-feira, 19 de agosto de 2014

CAPITULO 3





   
Havia conhecido Jennifer no primeiro dia cheguei a Vila Verde. Ela quase morreu. Isso me fazia curiosa: por que ela passou mal? Será que o pó que tinha ficado em minha roupa quando a ajudei, era droga?... Essas perguntas me deixavam muito preocupada.
Mais próxima da pista de skate, a vi em companhia de mais duas meninas, todas com shorts extremamente curtos. Jennifer estava com uma blusa verde que mal escondia seus seios. Era branca, com cabelos pretos que não passavam dos ombros. Seus lábios chamavam atenção pelo forte batom vermelho, completados com sombra preta nos olhos. Possuía uma pintinha preta em baixo do nariz e sua face demonstrava que se tratava de alguém insaciável. Seu corpo era muito bem definido, e com o short que estava seu bumbum chamava muita atenção. Ouviam uma musica que me parecia ser um “funk”. Suas duas amigas estavam sentadas, enquanto Jennifer “requebrava até o chão”.
Não sabia bem o que falar, mas estava decidida a entender melhor. Assim que me aproximei, as três me olharam. Uma delas, que estava sentada, perguntou:
- Quem é essa? – Reconheci que quem questionara era a garota branca de cabelos castanhos, mais uma dos que estavam presente na noite passada.
- Jennifer. –Chamei.
Nesse momento espantaram-se. “Como ela sabe seu nome?” era o que pareciam estar pensando.
- Podemos conversar um momento? –Eu tinha de insistir.
Elas por sua vez, Jennifer e a branca de cabelos castanhos, trocaram olhares demonstrando que sabiam exatamente quem eu era e do que trataria.
- Te conheço? –Sentia que ela queria me afastar.
- Tem certeza que não se lembra?
Suas amigas me olhavam agora com nojo. Jennifer, por sua vez veio até mim.
- É sobre ontem à noite, né?
- Sim. Você quase morreu. O que lhe levou a ter aquela reação?
- Não te devo explicações. Valeu mesmo por ter me ajudado, mas não quero papo contigo.
- Mas...
- Mas nada. –Jennifer voltou para onde estava com as amigas assim que finalizou. Sara retornou a ir pra casa, frustrada agora.
...
Olívia era uma jovem com longos cabelos loiros e lisos. Sua boca tinha lábios avermelhados tão perfeitos que era desejada por toda escola junto com Lorena, que possuía os cabelos pretos ondulados mais perfeitos de toda Vila Verde. Ambas eram brancas e magras, como duas modelos. Estavam ainda indignadas e foram para casa de Dennis, o amigo favorito em comum das duas, pois era extremamente fofoqueiro e amava bajula-las, como um seguidor fiel.
- Dennis! Dennis! –Gritei com uma voz mimada.
- Oi fofas. –Respondeu abrindo a porta todo sorridente. Dennis era afeminado, sempre disposto a falar mal de alguém, causar brigas, ou infernizar os outros. Era branco com cabelos pretos partidos, de estilo “emo” e tão esquelético que chegava lembrar um louva-a-deus. Morava sozinho com sua avó.
- Temos uma emergência. Afirmou Lorena séria. Em seguida entramos em sua casa e demos inicio ao que fazíamos de melhor: fofocar.
- O que houve?
- Há uma nova “vadia” na área. –Afirmei.
- Jura? Quem é a nojenta?
- Sara.
- Sara?
- Ela é nova na cidade. Completou Lorena.
- A conhecemos hoje de manhã quando fomos renovar nossa matrícula no instituto.
- O que têm a dizer dela?
- Branca, loira, usa um rabo de cavalo horrível, provavelmente pela marca barata de cosméticos que compra ou ganha. Infelizmente não é gorda e é extremamente sonsa. A voz dela dá vontade de vomitar. Fala como se fosse um anjo, uma santa. –Minha ironia e repúdio pra falar dela era total.
- Aposto “pegou” todos de onde veio! Falou Dennis com escárnio.
- Pois é! As sonsas são as piores. –Sara era daquele tipo de pessoa que me perguntava por que estava respirando.
- De onde ela é?
- É de Hopecity.
- O QUE?! Escandalizou-se Dennis. –É uma morta de fome!
Assim que terminou, caímos em profunda crise de risos.
- E coloque pobre nisso. Não teve dinheiro nem para pagar um hot-dog. –Continuei ainda sufocada pelas gargalhadas. Percebi, porém, que Lorena não deu uma só risada.
- O que houve musa? Está triste. -Dennis nos chamava por apelidos carinhosos. Esse era o de Lorena.
- A nojenta conheceu o Vinicius. –Era tão vadia que estava fazendo minha amiga triste.
Dennis fez uma rápida expressão de espanto, a abraçou e ficou nos elogiando.
- Ele não é fofo? – O amávamos justamente por isso. Concordava sempre conosco e odiava nossas inimigas. Sara era a nova adversária.
- Precisamos nos livrar dela. Não quero correr o risco de não conseguir pelo menos ficar com Vinicius. Afirmou Lorena desfazendo o abraço.
Nesse momento tive uma ideia brilhante.
- Antes que vocês me agradeçam, eu sei o que vamos fazer.
- O que? Perguntaram curiosos.
- Sara será novata no instituto. Certo?
- Certo.
- O que os veteranos fazem com os calouros?
Eles ficaram pensativos. Como não iria ter paciência de esperá-los, fui direta.
- Trotes.
- Trotes? Ai meu Deus! Como não pensamos nisso?
- O que seria de vocês sem mim? – Tinha de me achar. Eles eram muito burros ás vezes, mas como eu era muito inteligente, estavam seguros.
- Podemos acessar o “facebook” dela. Aposto que tem fotos horríveis. –Dennis era uma resenha, porém pensava como uma porta quase sempre.
Ficamos então rindo e falando mal, todavia, Sara não perdia por esperar.











Nenhum comentário:

Postar um comentário